terça-feira, 28 de abril de 2015

Legalize! Legalize?

Aí eu tava deitado na cama hoje, meio que acordando, e me vieram umas lembranças à cabeça. A primeira foi a de um homem que eu tenho visto na rua ultimamente. Ele veste uma camisa que possui uns dizeres a respeito do Álcool ou do alcoolismo, algo do tipo: "álcool é entorpecente, mata e tals". Eu não sei qual é o objetivo desse homem ou dessa camisa, mas, uma vez que ele fica esticando-a como se quisesse que todos prestassem atenção aos dizeres, eu acho que é algum tipo de manifestação política individual para tentar seduzir a massa ou alvoroçar as autoridades. Talvez tenha acontecido algo na família dele ou fora que o chocou. Realmente não sei.
Foi desses flashes que me vieram outros. Eram aqueles do facebook. "Sacomé", né? Um monte de amigos adolescentes (jovens em geral), hormônios à flor da pele, cultura mainstream, o desejo de mudar o mundo (pra melhor ou pra pior, que seja), a revolta, o descontentamento incessante... postam um monte de coisas. Eu me vejo, quase sempre, tentando entender. Vaidade.
Essa semana, um amigo compartilhou algo sobre alguma droga (ou drogas).  Era coisa do tipo: "o vício não mata, o que mata é a proibição". Não era a primeira vez que eu havia visto aquilo e similares. Na verdade, frequentemente vejo. Eu nem ligo pra essas manifestações, mas de certa forma me incomoda. Incomoda, não porque eu tenha uma opinião formada sobre o assunto e esta é radicalmente contrária, mas porque eu fico matutando, matutando e chego à conclusão de que eu não tenho certeza do porque daquilo. Nem sei, na verdade, porque queria ter, mas parece que nós, seres humanos, sempre queremos.
O que eu percebo é que o pessoal do facebook e aquele homem, o da rua, têm suas conexões, seus elos, mas me parece que são vários contos diferentes.
Marcha da maconha, tirado de http://www.portalaz.com.br/noticia/geral/222435_apos_liberacao_pelo_stf_marcha_da_maconha_reune_centenas_na_paulista.html, adaptado
Eu conheço muita gente que fuma, algumas ou muitas pessoas que usam drogas e quase todo mundo ao meu redor bebe (bebidas alcoólicas).  Normalmente quem diz que "álcool" não presta e que as pessoas deveriam parar de beber são alguns médicos e os especialistas, cheios dos embasamentos teóricos, e normalmente quem bebe não os escuta, mesmo que esteja pra morrer por causa disso, e o mesmo acontece com os cigarros e as drogas. É o que me remete aos vícios, porque é incrível como a grande maioria dos consumidores de tais substâncias apresentam características e sintomas patentes de quem tem algum vício mas encara a palavra como apenas caracterização de doença e enche o peito pra dizer que não, não é viciado.
Olha, o que eu vou deixar aqui  vem de uma visão lato sensu minha do que é vício, até porque eu não tenho medo de procurar o significado das coisas nos dicionários por aí. Eu, por exemplo, sou um homem de vícios evidentes. Até o mês passado era uma tal de uma torta salgada... mamma mia! Isso foi até eu pegar uma "infecção" braba aí por comê-la possivelmente "estragada". Dá uma saudade? Dá, confesso, mas o "trauma" me segura. Bom pra mim - era uma gastança que só. Hoje meu outro vício tá mais consolidado: séries. Vixe mainha... ô bicho ruim! O incrível é que quanto mais você tem que estudar, mais episódio novo sai. Ah, e tem o vício de lasanha também. Nunca mais comi...

Enfim, meio que voltando ao assunto... a proibição dessas "belezinhas" psicoativas não é coisa nova faz tempo.Claro, também, que o ser humano é complexo, evolui, muda suas concepções e tem novas ideias, mas será que vale mesmo a pena cair na onda "anárquica" e colocar a culpa de tudo nas leis?
Quando se trata da juventude que apenas quer ser livre, eu me questiono muito a respeito desse "apenas". Parece bem factível que muita gente também quer só bagunça. Há, ainda, aqueles que não tem opinião formada e "vão no bonde" mesmo - zumbis.
Há tanta coisa que necessita de mudanças extremas emergenciais e vejo gente que quer satisfazer um ego que, muitas vezes, nem é originalmente seu. Muito se fala de drogas: combate, prevenção do uso, incentivo ao uso, liberação, proibição; muito também se faz a respeito das drogas: combate, mortes, protestos, movimentações; e pouco se faz pela educação e pouco se usa educação na resolução de conflitos e problemas. Muito se ouve a respeito da igualdade social/racial/religiosa. Eu digo que se faz apologia à desigualdade, cada vez mais e mais. O planeta está um caos. Guerras de um lado, fenômenos naturais catastróficos de outro, fome e miséria de outro, desamor em todos eles. Não tenho de confessar que me dá até preguiça de tirar as mãos desse teclado e fazer algo que realmente procure mudar essas situações. Contudo, quando um dia o fizer, que seja por algo que valha a pena e não apenas amenize o fogo do ego.

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